26 de janeiro de 2015

O Amor

O amor não procura razões,
e nem dá a elas um valor.
O amor tece seus próprios motivos entre
dias tingidos de  luz,  
e noites de promessas secretas.
Quem tenta entender, 
perde o prazer da descoberta,
e quem insiste em explicar
sente-se vencido, 
antes de  lutar.





Palavras me visitam

Com a chuva, recebo a visita das palavras.
Chegam em pequenos grupos, alvoraçadas,
e se espalham pelo caderno, entre linhas e espaços,
letras e pontos.
Escolho algumas, e as convido para compor um poema,
que possa fazer uma homenagem ao sol,
ou levar à lua uma carta de amor.
Mas, irreverentes que são, me confundem
e desfazem as minhas rimas.

Quisera ter o poder de trança-las, como faço com os cabelos,
e senti-las presas a mim por onde eu for.
Quem sabe olhar no espelho, para vê-las me adornando o rosto,
e me sentir bonita pelo encanto da poesia.

24 de janeiro de 2015

Mundo Escrito

Existe um pequeno mundo, como uma pequena ilha, especial entre tantas que não o são.
É repleto de seres encantados, luminosos e mágicos, que podem  ouvir pensamentos e sonhos, mas que não são capazes de traduzi-los em palavras que o vento possa espalhar pelos horizontes.
Por isso, esses seres, como deuses, criam Poetas ao seu redor.

Chegam disfarçados de pequenas borboletas, ou barulhentos pássaros coloridos. Ou aproximam-se quase invisíveis, misturados  nos sons de águas mansas ou de mares turbulentos.
Só são vistos por aqueles que  conhecem suas linguagens e gestos, e, principalmente, por aqueles que  também têm  uma pequena luz no coração, que lhes permite iluminar passagens secretas e ouvir além do compreensível.

São eles que  sussurram nos ouvidos dos escribas os poemas e  as histórias que viram nascer nesse mundo que percorrem. São memórias de belezas e terrores, de duelos infindos e  romances improváveis, de viagens fantásticas a mundos etéreos.
E  assim, no papel nascem fadas e príncipes, amantes eternos, lutas por amor e batalhas repletas de glórias.

Quando visito a pequena ilha,  leio sempre vários poemas. E em cada um deles, vejo uma parte minha descrita. Somando-os, conheço-me.
Todos são eu.
Penso nesses seres luminosos, sabendo que escutam todos os meus sonhos, e me acompanham em todos os meus anseios.
Talvez me iluminem sempre.
Então volto refeita, qual Poeta alimentada de emoção…





A você, que me inspira

Do que sentes,
faço tinta para a minha pena,
e busco dentro de mim
as imagens dos sonhos que me contas.
Te sigo pelos dias, um passo atrás de cada passo teu,
lendo nas pegadas a aridez do caminho.
Aprendo contigo segredos de viver, e, de tanto guardá-los comigo, sigo mais plena.

E quando mostro a outros olhos o que registrei de ti,
me alimento de novas letras e recomeço a minha sina.
Se tua força me abandonar, os dias serão mais tristes,
e todas as aves voarão em um outro céu,
 em rumos sem sentido,
 de meus olhos contornando lágrimas.


20 de janeiro de 2015

Palavras que escrevi

Um dia, algo, de início bem tênue, se anunciou em meus pensamentos. 
E, incapaz de resistir, alimentei e deixei florescer até que tomou conta de todos os meus planos e sonhos.
Me tornei essa energia, e dela sobrevivi. 
Me transformei na vontade de criar, e aos poucos me cobri de novas cores e palavras.
(A criação não suporta limites, vai desafia-los e combatê-los infinitamente).
E quando o olhar do poeta me indicou a pena, e segurou minha mão, abracei a ideia sem medo.
Escrevi.
Desde então a escrita se tornou minha eterna companhia. 
A cada dia me visto de emoções para encontrá-la, e juntas traçamos linhas e desenhamos sonhos.
As palavras? As palavras que escrevo estão por aqui...no caminho.