24 de janeiro de 2015

Mundo Escrito

Existe um pequeno mundo, como uma pequena ilha, especial entre tantas que não o são.
É repleto de seres encantados, luminosos e mágicos, que podem  ouvir pensamentos e sonhos, mas que não são capazes de traduzi-los em palavras que o vento possa espalhar pelos horizontes.
Por isso, esses seres, como deuses, criam Poetas ao seu redor.

Chegam disfarçados de pequenas borboletas, ou barulhentos pássaros coloridos. Ou aproximam-se quase invisíveis, misturados  nos sons de águas mansas ou de mares turbulentos.
Só são vistos por aqueles que  conhecem suas linguagens e gestos, e, principalmente, por aqueles que  também têm  uma pequena luz no coração, que lhes permite iluminar passagens secretas e ouvir além do compreensível.

São eles que  sussurram nos ouvidos dos escribas os poemas e  as histórias que viram nascer nesse mundo que percorrem. São memórias de belezas e terrores, de duelos infindos e  romances improváveis, de viagens fantásticas a mundos etéreos.
E  assim, no papel nascem fadas e príncipes, amantes eternos, lutas por amor e batalhas repletas de glórias.

Quando visito a pequena ilha,  leio sempre vários poemas. E em cada um deles, vejo uma parte minha descrita. Somando-os, conheço-me.
Todos são eu.
Penso nesses seres luminosos, sabendo que escutam todos os meus sonhos, e me acompanham em todos os meus anseios.
Talvez me iluminem sempre.
Então volto refeita, qual Poeta alimentada de emoção…





Nenhum comentário:

Postar um comentário