21 de setembro de 2015

Refugiados

No escrever e apagar das palavras
resta pouco daquilo que me traduz.
Mas me reconheço no reflexo da vidraça
vendo os momentos desfilando lá fora,
ou nessas coisas que acrescentam sentido à vida,
fugazes também,
nas angústias dos rostos que passam,
outras histórias que o mundo traz,
no ritmo estranho de todas as horas.

Em todos os lugares, as trevas
a tristeza dos que são manobrados,
como se não houvesse futuro
ou tempo para discutir.

Sempre jogados, e ocupados
no básico essencial para sobreviver
só depois vem a escolha entre a revolta
e a angústia.

A batalha só existe
quando se tem consciência daquela força
que permite lutar.

Falo da angústia enorme
de não se sentir capaz de conquistar,
e depender de algo que venha salvar
ou migrar para o seguro,
buscando a coragem gigantesca
de apenas fugir...

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