8 de julho de 2016

Fim do Inverno

Naquele dia, lágrimas de saudade brotaram dos meus olhos.
Primeiro tímidas, silenciosas.
Depois em ondas, incontroláveis e abundantes.
Deixei que rolassem sem barreiras,
e me tornei chuva salgada de dor.
Me joguei em suas janelas com força,
e escorri pelas vidraças que te protegiam.
Te vi imerso em luz, cercado da alegria não pude te dar.
Fui testemunha líquida da sua vida tão longe de mim,
em outros abraços e beijos,
alheio à minha constante saudade.
Então, esgotada, escorri pelo seu jardim
e penetrei no solo para alimentar as raízes de suas flores.
Deixei ali uma promessa de primavera,
como um presente para você,
criado das últimas lágrimas de meu inverno.


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